Áreas comuns dos condomínios viram espaços para brincadeiras

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criancas_pulandofonte: A Tarde

O cabo de vassoura pode virar uma espada, um cavalo ou um avião. A bacia de lavar roupas se transforma em capacete, escudo, barco ou disco voador. Com criatividade e imaginação, grupos de recreação usam o playground dos condomínios para organizar colônias de férias com crianças.

Além de ressignificar utensílios domésticos, que são de fácil acesso para a garotada, outra aposta do projeto Eureka Ideias Brincantes é o resgate de brincadeiras que estão em desuso. Bandeirinha, capitão, dono da rua, garrafão e cirandas fazem parte do repertório que a equipe lança mão.

“A ideia é usar a brincadeira como ferramenta e linguagem para estimular um senso de comunidade entre as crianças”, explica Felipe Augusto, 25, um dos idealizadores da iniciativa, que é conhecido, entre os pequenos, como Peta.

As atividades acontecem com meninos e meninas de 3 a 12 anos, nos meses de janeiro e julho, período das férias escolares. Na última temporada, em um prédio no Horto Florestal, 60 crianças foram divididas em quatro grupos, que dão conta das brincadeiras por faixa etária.

“A gente percebe que as crianças não brincam no próprio condomínio e não se conhecem. Nossa grande vontade é fazer elas interagirem e usarem o espaço”, afirma Álvaro Barros, 31, brincante e um dos criadores do projeto.

A administradora Milena Rossi, 39, é mãe de Lucas, 8, e Caio, 4. Quando os meninos nasceram, ela sentiu necessidade de buscar programas lúdicos para levá-los. Criou a Miluca Espaço Kids há quatro anos, em uma casa, na Pituba, reformada para receber as crianças. Desde o ano passado, após o fechamento do local, Milena passou a oferecer colônias de férias, em condomínios, nos recessos de verão.

Acompanhada da pedagoga Vanessa de Assis, ela organiza oficinas de pintura, culinária, contação de histórias, teatro, material reciclado, jardinagem e recreação.

“Fazemos algumas brincadeiras que se parecem com as trazidas de escolas. A depender do grupo, por exemplo, se as crianças estiverem aprendendo a ler, vamos estimular com algo que faça referência ao alfabeto”, explica Milena. “A proposta é conciliar a recreação com o desenvolvimento das habilidades”.

Antes das oficinas, Vanessa ressalta que as crianças são estimuladas, por meio de histórias, a contarem o que já sabem sobre o assunto proposto. “A gente não traz um conteúdo, o que fazemos é aproveitar a vivência. Usar o brincar com as questões do dia a dia”, explica Vanessa.

Para a gerente de produtos Larissa Cerqueira, 39, mãe de Giovana, 5, que participou da colônia coordenada por Milena, a experiência é importante para a menina sociabilizar com outras crianças durante as férias. “Ela interage e aprende com as brincadeiras e mantém uma rotina de continuidade. Não fica só em casa, na televisão”, diz Larissa. A colônia de verão custa em média R$ 55 a diária, por criança.

Explorar o lugar

Estimular a ocupação do ambiente é também uma das preocupações da Eureka. A programação acontece simultaneamente, com crianças espalhadas por diferentes áreas do condomínio. “As crianças não exploravam os espaços e ficavam um pouco acomodadas em aparelhos tecnológicos ou na piscina”, afirma Felipe.

Para atender aos interesses e expectativas das famílias, as colônias são discutidas e programadas com os pais. “O projeto é criado para cada condomínio. Precisa levar em conta o espaço físico e os valores, o contexto das famílias”, diz.

A advogada Flávia Freire, 38, é mãe de Bernardo, 6, e Beatriz, 4. Os dois filhos participaram da colônia de férias em julho, o que Flávia vê como uma ótima oportunidade para aprender novas brincadeiras. Além do conforto, da comodidade e da segurança por estar perto de casa.

As temporadas podem durar uma semana ou duas, sempre de segunda a sexta, pela manhã ou à tarde. O custo, por semana, para cada criança, é de R$ 250, em média.