Condomínios da Barra investem até R$ 50 mil para manter áreas verdes

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jan_verdefonte: O Globo

Tão grandiosa quanto os prédios que compõem o Península da Barra é a área verde do condomínio. São quatro quilômetros de vegetação na Trilha Ecológica, aproximadamente 1.500 metros quadrados nos jardins e outros 45 mil metros quadrados de dois parques, além da área plantada entre as ruas e avenidas. Já a Pedra de Itaúna, também na Barra, contabiliza cerca de 50 mil metros quadrados somados seus jardins, parques e canteiros. São dois exemplos que mostram que mesmo nos grandes empreendimentos, a presença de verde é enxergado por cariocas — mesmo entre os pretensos — como sinônimo de qualidade de vida. Ou (por que não dizer?) de luxo.

— Morar numa grande cidade e ter parque por onde passear, escutar os pássaros, sem aquela correria toda de trânsito, remete a um clima bucólico de décadas atrás e, sem dúvida, diminui o estresse — diz Esperidião Medeiros Filho, presidente da Associação do Pedra de Itaúna (Amapi), que dispensa pelo menos três horas na semana para a caminhada entre coqueiros, ipês e vegetação de mata e de restinga.
MAIS DO QUE PODA E PLANTIO
Os cuidados dispensados a um jardim não se limitam a poda e plantio. É necessário vigilância para, inclusive, garantir que a área em comum seja aproveitada da melhor maneira possível. O uso de fumacês para afastar a propagação de insetos que possam transmitir doenças é um deles. Mas também é preciso conscientizar moradores para evitar depredações.

— Sempre fazemos campanhas, principalmente pela internet. Com o local bem cuidado, famílias passam a frequentar mais e se tornam usuais as realizações de piqueniques e até de festas de aniversário — conta Cláudio Mecone, presidente da Associação de Condomínios da Vila do PanAmericana (ACVPAN).

Só o custo com a manutenção dos dois jardins do condomínio Canadá, composto por dois prédios (do total de 17 prédios da Vila) e que tem Mecone como síndico, por dois jardineiros, consome cerca de R$ 5 mil.

Já no Pedra de Itaúna o gasto mensal gira em torno de R$ 50 mil, algo bem próximo do que desembolsa o Península, na casa de dezenas de milhares, para garantir que as trilhas sejam diariamente inspecionadas e limpas.

Mesmo em condomínios que não dispõem de grande área para o jardim é possível dar vida útil ao espaço em meio ao verde para que se torne um local de passeio e além da função decorativa. É o exemplo do jardim do Village Génova.

— As plantas adornam a frente do prédio, mas existem dois bancos para quem quiser tomar sol. É uma forma de embelezar e aproveitar o espaço — conta a síndica Geovanina Costa da Fonseca, que destina R$ 2 mil mensais a uma empresa terceirizada para o serviço de jardinagem.

ACERVOS A CÉU ABERTO POR PERTO

Amendoeiras, coroa de cristo e bromélias são três das mais de 200 espécies que embelezam ruas e jardins do Pedra de Itaúna, incluindo parte do verde proveniente da vegetação de mangue e de restinga existentes antes da construção do condomínio. Tornou-se um dos diferenciais e principais chamarizes dos que para lá se mudam.

— Não dá para cravar que todo morador daqui é encantado pelos nossos jardins, mas é visível que boa parte deles se orgulha da área verde. Raros são os locais que podem dizer que têm algo tão grandioso — conta Esperidião Medeiros Júnior.

Pensando na preservação da flora do local, o presidente da Amapi promove todo ano, no Dia da Árvore, comemorado em 21 de setembro, atividade com as crianças do local, na qual elas ficam responsáveis pelo plantio de mudas.

Outro grande “acervo natural” exuberante é do Península da Barra.

— O trabalho focado no verde e no desenvolvimento sustentável do Península tem mais de 40 anos. Nele foram envolvidos muitos profissionais, paisagistas, urbanistas, arquitetos, ambientalistas, biólogos. A recuperação de todo o manguezal durou cerca de 20 anos e foi desenvolvida pelo biólogo e ambientalista Mário Moscatelli. E o projeto paisagístico é do arquiteto e paisagista Francisco Chacel — conta Ricardo Corrêa, assessor da presidência da Carvalho Hosken, construtora do condomínio que conta ainda com mais de 150 obras de arte, dentre as quais réplicas de esculturas famosas de Rodin, Picasso e Rembrandt.